Debaixo deste candeeiro público, escrevo.
Escrevo, descansado, ideias e sentimentos
Que me apaixonaram, nesta poesia…
Nela esqueço-me de mim e inscrevo,
Na lista dos vates, a alma despida.
As palavras e as frases são alimentos
Que sustentam, todo um mundo de magia,
Onde, nem uma vírgula se encontra perdida.
O que não me atrevo a desenhar, ou pintar
Surge-me, pela tinta que vou gastando,
Quando uma esferográfica não se detém.
Não sei se sou eu, que pareço aqui estar,
Enquanto as palavras se vão encaixando;
Só sei que é de mim, que elas partem.
O candeeiro reflecte a sua luz clara,
Para o papel, que suporto nas pernas
E rabisco cada letra, deste parto nascida,
Como uma criança, que a vida achara.
Toda a palavra é assim conseguida.
Joantago